Com prazo para fechamento de lixões próximo, Brasil ainda enfrenta descarte inadequado; entenda impacto

  • 05/06/2024
(Foto: Reprodução)
Em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos estabeleceu que os lixões deveriam ser fechados em 2014. O novo prazo termina em agosto deste ano. Edição de 04/06/2024 Em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos estabeleceu que os lixões deveriam ser fechados em 2014. O prazo não foi cumprido e quatro novas datas foram determinadas de acordo com a quantidade de habitantes de cada município. A última data prevista é para agosto deste ano. O Profissão Repórter desta terça-feira (4) mostrou como o lixo descartado de forma irresponsável prejudica a vida das pessoas. Saiba mais abaixo: O drama de catadores em lixão no Maranhão VÍDEO: Profissão Repórter flagra pessoas buscando alimentos em lixão no Maranhão No lixão de Coroatá, a 250km da capital São Luís, a equipe flagrou adultos e crianças catando materiais e até alimentos. Eles disputam a comida com urubus e cães que cercam o espaço. Veja no vídeo acima. "A gente vê algumas características muitos claras do que é um lixão, que é a pior forma de destinação de resíduos sólidos que pode existir", destacou o especialista em gestão de resíduos sólidos, Carlos Silva Filho. Com prazo para fechamento de lixões próximo, Brasil ainda enfrenta descarte inadequado Reprodução/TV Globo O Profissão Repórter questionou o prefeito de Coroatá, Luis Mendes Ferreira sobre a situação do lixão testemunhada pela reportagem. "A gente sabe que o lixão é uma dificuldade em todos os munícipios do Brasil, porque não se tem renda específica para investimento na melhoria dos lixões e administrar esses lixões junto com a fome, as necessidades que as pessoas têm no seu dia a dia, é muito difícil", relatou o prefeito de Coroatá. Luis Mendes ainda se comprometeu a instalar grades e vigias no local. 'Os moradores abandonaram as suas casas' Moradores dizem ser contra aterro sanitário de Marituba, no Pará A equipe também seguiu o caminhão da coleta de Belém até Marituba, na região metropolitana, onde está o único aterro sanitário do Pará. Instalado em 2015, ele recebe lixos de Belém e outras cidades da região metropolitana. Por ano, cerca de 480 mil toneladas de resíduos são levados para lá. Ao Profissão Repórter, moradores de comunidades vizinhas ao aterro sanitário disseram ser contra a instalação. O mototaxista, José Ailson Oliveira relatou que algumas pessoas chegaram a abandonar suas casas. "Tudo irregular da forma que foi instalada. Vamos dizer, quase dentro da nossa residência. Os moradores abandonaram as suas casas porque não tem como", ressaltou o mototaxista, José Ailson Oliveira. Caroline Marques é moradora há 26 anos de um bairro nas proximidades do aterro: "Nossa água já não presta mais, poço que era a água que a gente usava, não presta mais", relatou a moradora. Em 2022, o Ministério Público pediu que fossem realizados testes nas águas que poderiam ser afetadas pelo aterro sanitário. O parecer técnico do Instituto Evandro Chagas identificou a presença de arsênio, mercúrio e benzeno, que estão entre as 10 substâncias mais tóxicas listadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). "Os aterros sanitários não podem trazer nenhum impacto. A gente não pode encontrar, por exemplo, chorume do aterro sanitário vazando para um corpo d'água e contaminando a região", pontuou especialista em gestão de resíduos sólidos. Mulher ganha na Justiça ação que obriga empresa de aterro sanitário a pagar aluguel para que família possa se mudar Rosana Rocha mora na região há 10 anos. Ela diz que são os dois filhos adolescentes que mais sofrem com a proximidade do aterro. "O odor muito forte dá falta de ar nele. Eu corro para o pronto-socorro e chega lá, aplicam uma medicação". Rosana ganhou na Justiça uma ação que obriga a empresa de aterro sanitário e o governo a pagar aluguel para que sua família possa se mudar. No entanto, ela afirma que não recebeu os pagamentos. "Só o que eu peço é que tirem os meus filhos daqui porque esse fedor é um tormento, não tem hora, nem dia. A gente se sente sufocado", disse a dona de casa. Mãe diz que filha tem reação alérgica provocada por proximidade com aterro sanitário no Pará Reprodução/TV Globo Em nota, a empresa que administra o aterro sanitário de Marituba disse que nesta terça-feira (4), o Tribunal de Justiça do Pará suspendeu a obrigação de pagamento do aluguel. Segundo a nota, o desembargador compreendeu que não há comprovação de que as enfermidades tenham sido causadas pelo aterro sanitário. Vazamento do chorume Quilombo vizinho de aterro sanitário de Marituba sofre com contaminação de rio No quilombo Abacatal, que também é vizinho do aterro Marituba, vivem 162 famílias e 500 habitantes. Em 2018 o Ministério Público do Estado do Pará denunciou a contaminação do Igarapé causada pelo vazamento do chorume no aterro sanitário de Marituba. Desde então, o movimento de barcos no porto é cada vez menor. "Esse rio que eu cresci tomando banho, pescando, brincando, quando você vê que ele se encontra hoje poluído, a gente se uma violação sobre os nossos corpos, a nossa história e cultura. As famílias começaram a ir para terra firme para sair daqui por conta desses problemas, da poluição", lamentou a pesquisadora da UFPA, Vanusa Cardoso. Entre as famílias que permanecem morando na beira do Igarapé, está a de Edna Nascimento que agora precisa buscar água potável em terra firme a 20 minutos de barco de sua casa. "É água para beber, cozinhar porque a gente não tem água potável nesse rio. Já tivemos, mas, agora, não temos mais", ressaltou a agricultora. Mulher mostra água contaminada por vazamento do chorume de aterro Reprodução/TV Globo 'Está tudo contaminado' 'Está tudo contaminado': moradores falam sobre impacto de lixão a céu aberto em Santa Inês (MA) Em Santa Inês, a equipe avistou um outro lixão que funciona a céu aberto. Maria de Fátima Sousa, moradora da cidade há 30 anos, acompanha a chegada do lixo há 12 anos. "Está tudo contaminado, ninguém pode mais beber água. Não tem mais nada que preste", afirmou a dona de casa. Em nota, a Secretaria Municipal de Santa Inês disse que planeja o fechamento do lixão desde 2022 e que boa parte do município fica na Amazônia, o que dificuldade a localização de uma área viável para implantar um aterro sanitário. A nota ainda ressalta que há apenas um empreendimento desse tipo em todos 217 municípios do Maranhão. Com prazo para fechamento de lixões próximo, Brasil ainda enfrenta descarte inadequado Reprodução/TV Globo Confira as últimas reportagens do Profissão Repórter:

FONTE: https://g1.globo.com/profissao-reporter/noticia/2024/06/05/com-prazo-para-fechamento-de-lixoes-proximo-brasil-ainda-enfrenta-descarte-inadequado-entenda-impacto.ghtml


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